acenar com a mão a Luciano, que fosse depressa e que a deixasse ali.
Luciano tremia, estava perplexo, apreensivo; as suas suposições haviam-se dissipado logo que ao chegar ao portão da chácara não vira Sara, como esperava, correr para a mãe doente.
O silêncio daquela casa iluminada encheu-o de pavor e sentia, instintivamente, repulsão por aquela mulher que ia conduzindo com tanta solicitude!
Sentia ainda ferir-lhe os ouvidos o seu grito terrível:
- Luciano! Luciano! Matei minha filha! Salve minha filha!
Nesse instante, manchando o corredor coma sua ampla batina negra, ele viu o padre Anselmo dirigir-se para o quarto de Sara. Ao mesmo tempo rompeu ali de dentro um soluço que ondulou dolorosamente pelo ar silencioso da noite, fincando-se-lhe no coração como uma dor atrocíssima.
- Então é verdade!? gritou Luciano sacudindo Ernestina.
- É... disse ela por entre os dentes cerrados, com m olhar de susto.
Num grande desvairamento, Luciano galgou de um pulo os poucos degraus do terraço, deixando a viúva fora sozinha. Outro soluço mais brando choroso, voou pela noite negra.