bem tratada queria seda, um contato macio que caísse sobre ela como uma caricia...
Abriu a gaveta das jóias, apalpou os anéis de brilhantes e de pérolas, as pulseiras e o seu alfinete predileto, um botão de rubi e brilhantes. Mas sobre a lã do vestido as jóias iam mal, e o mundo impedia-lhe o prazer de as trazer com o luto.
Toda de preto parecia mais magra e menos bonita. Exasperou-se. Achou o vestido medonho, o chapéu detestável!
Durante mais de uma hora foi um incessante abrir e fechar de gavetas, até que a voz de Sara se fez ouvir através da porta.
- Mamãe? Está pronta? São duas horas!...
- Já vou...
- Sim... eu estou pronta... a senhora quer lunch ?
- Não!
- É melhor irmos ao Paschoal, não é?
- É sim, vai descendo... eu já vou.
Sara descia o jardim quando sentiu os passos apressados da mãe. Ernestina impacientara-se com a espera do bonde para o elevador, e embaixo, com o outro que a levasse a S. Francisco. Falava em comprar carro, mudar mesmo de bairro, ir para Laranjeiras. Sara estranhava aquilo, fazendo objeções. Concordava com a aquisição do carro, mas opunha-se à troca de casa; aquela em que viviam estava cheia de recordações do pai: o escritório,