O meu amigo Fernandes Lorena... Mauricio de Mayolle, velho camarada.
Mr. de Mayolle (que, pela face larga e nariz nobremente grosso, lembrava Francisco de Valois, Rei de França) ergueu o seu chapeu de palha. E empurrava uma cadeira, insistia que nos accommodassemos para um absintho ou para um bock.
— Toma um bock, Zé Fernandes! lembrou Jacintho. Tu estavas a ganir com sêde!
Corri lentamente a lingua sobre os beiços, mais sêcos que pergaminhos:
— Estou a guardar esta sêdesinha para logo, para o jantar, com um vinhosinho gelado!
Mauricio saudou, com silenciosa admiração, esta minha avisada malicia. E immediatamente, para o meu Principe:
— Ha tres annos que te não vejo, Jacintho... Como tem sido possivel, n’este Paris que é uma aldeola e que tu atravancas?
— A vida, Mauricio, a espalhada vida... Com effeito! Ha tres annos, desde a casa dos Lamotte-Orcel. Tu ainda visitas esse santuario?
Mauricio atirou um gesto desdenhoso e largo, que sacudia um mundo:
— Oh! Ha mais d’um anno que me separei d’essa bicharia heretica... Uma turba indisciplinada, meu Jacintho! Nenhuma fixidez, um dilletantismo estonteado, carencia completa e