foi o tremendo appetite de Jacintho, a enthusiasmada convicção com que elle, accumulando no prato montes de cabidella, depois altas serras d’arroz de forno, depois bifes de numerosa cebolada, exaltava a nossa cosinha, jurava nunca ter provado nada tão sublime. Ella resplandecia:
— Até faz gosto, até faz gosto!... Ora mais uma d’estas batatinhas recheadas...
— Com certesa, minha senhora! até duas! As minhas rações, em mesas d’estas, tão perfeitas, são sempre as de Gargantua.
— Não cites Rabelais, que a tia Vicencia não conhece os auctores profanos! exclamava eu, tambem radiante. E prova esse vinho branco cá da nossa lavra, e louva Deus que amadurece tal uva.
E o almoço foi muito alegre, muito intimo, muito conversado, sobre as obras de Jacintho em Tormes, e a sua Creche, que enlevava a tia Vicencia, e as esperanças da vindima, e a minha prima Joanninha, que tinha o papá doente, e o pessimo estado dos caminhos. Mas o enternecimento maior foi quando, ao servir o café, o creado poz ao lado de Jacintho um pires com um pau de canella, o seu estranho e costumado pau de canella. Não o esquecera a tia Vicencia! Ali tinha o seu pausinho de canella! — Queria que elle, em