delícia da humildade e do trabalho servil, com aquele Champanhe Marceaux granitado que a Matilde dava nos grandes dias em copos da forma do Sã-Graal! Depois veio Emersonismo... Mas a praga cruel foi Ibsenismo! Enfim, meu filho, uma Babel de Éticas e Estéticas. Paris parecia demente. Já havia uns desgarrados que tendiam para o Luciferismo. E amiguinhas nossas, coitadas, iam descambando para o Falismo, uma moxinifada místico-brejeira, pregada por aquele pobre La Carte que depois se fez Monge Branco, e que anda no Deserto... Um horror! E uma tarde, de repente, toda esta massa se precipita com ânsia para o Ruskinismo!
Eu, agarrado à bengala, bem fincada no chão, sentia como um vendaval que redemoinhava, me torcia o crânio! E até Jacinto balbuciou, esgazeado:
— O Ruskinismo?
— Sim, o velho Ruskin... John Ruskin!
O meu ditoso Príncipe compreendeu:
— Ah, Ruskin!... As sete lâmpadas da Arquitectura, A Coroa de Oliveira Brava... É o culto da Beleza.
— Sim! O culto da Beleza — confirmou Maurício. Mas a esse tempo eu, enojado, já descera de todas essas nuvens vãs... Pisava um chão mais seguro, mais fértil.
Deu um sorvo lento ao absinto, cerrando as pálpebras. Jacinto esperava, com o seu fino nariz dilatado, como para respirar a Flor de Novidade que ia desabrochar: — E então? então?...
Mas o outro murmurou, dispersamente, por entre reticências em que se velava: