ardentes, lambeu uma alta parede, rugiu furiosa e negra, resplandeceu direita e silenciosa, e bruscamente abatida em cinza morreu!
E o estranho homem, com o chapéu para a nuca, ficou imóvel, de braços abertos e os olhares esgazeados, como no renovado assombro e no transe daquele prodígio. Depois, recaindo no seu modo fácil e sereno, acendendo devagar um cigarro:
— Uma destas manhãs, Jacinto, apareço no 202, para almoçar contigo, e levo o meu amigo. Ele só come arroz, um pouco de salada, e fruta. E conversamos... Tu tinhas um exemplar do Sepher-Zerijah e outro do Targum d'0nkélus. Preciso folhear esses livros.
Apertou a mão do meu Príncipe, saudou este assombrado Zé Fernandes, e serenamente seguiu pela quieta rua, com o chapéu de palha para a nuca, as mãos enterradas nas algibeiras, como um homem natural entre coisas naturais.
— Oh Jacinto! Quem é este bruxo? Conta!... Quem é ele, santíssimo nome de Deus?
Recostado na vitória, ajeitando o vinco das calças, o meu Príncipe contou, concisamente. Era um nobre e leal rapaz, muito rico, muito inteligente, da antiga casa soberana de Mayolle, descendente dos Duques de Septimania... E murmurou, através do costumado bocejo:
— O desenvolvimento supremo da vontade!... Teosofia, Budismo esotérico... Aspirações, decepções... Já experimentei... Uma maçada!
Atravessámos, calados, o rumor de Paris, sob a moleza abafada do crepúsculo de Verão, para jantar no Bosque, no Pavilhão de Armenonville,