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Página:A cidade e as serras (1912).djvu/148

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A CIDADE E AS SERRAS

brancas, uma sacola de marroquim a tiracolo, e na botoeira uma roseta multicor resumindo as suas condecorações exóticas de Madagáscar, de Nicarágua, da Pérsia, outras ainda, que provavam a universalidade dos seus serviços. Apenas Jacinto mencionou «Tormes, no Douro...» — ele logo, através dum sorriso superior estendeu o braço, detendo outros esclarecimentos, na sua intimidade minuciosa com essas regiões.

— Tormes... Perfeitamente! Perfeitamente!

Sobre o joelho, na carteira, escrevinhou uma fugidia nota — enquanto eu considerava, assombrado, a vastidão do seu saber Corográfico, assim familiar com os recantos duma serra de Portugal e com todos os seus velhos solares. Já ele atirara a carteira para o bolso... E «nós, seus caros senhores, não tínhamos senão a encaixotar as roupas, as mobílias, as preciosidades! Ele mandaria as suas carroças buscar os caixotes, a que poria, em grossa letra, com grossa tinta, o endereço...»

— Tormes, perfeitamente! Linha Norte-Espanha - Medina - Salamanca... Perfeitamente! Tormes... Muito pitoresco! E antigo, histórico! Perfeitamente, perfeitamente!

Desengonçou a cabeça numa vénia profundíssima — e saiu da Biblioteca, com passos que devoravam léguas, anunciavam a presteza dos seus Transportes.

— Vê tu, — murmurou Jacinto muito sério. — Que prontidão, que facilidade!... Em Portugal era uma tragédia. Não há senão Paris!

Começou então no 202 o colossal encaixotamento de todos os confortos necessários ao meu

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