do Céu... Oh Zé Fernandes, de que é este cheirinho tão doce, tão bom?
Eu sorri, com certo pensamento:
— Não sei... É talvez já o cheiro do Céu!
Depois, parando o cavalo, apontei com o chicote para o vale:
— Olha, acolá, onde está aquela fila de olmos, e há o riacho, já são terras do tio Adrião. Tem ali um pomar, que dá os pêssegos mais deliciosos de Portugal... Hei-de pedir à prima Joaninha que te mande um cesto deles. E o doce que ela faz com esses pêssegos, menino, é alguma coisa de celeste. Também lhe hei-de pedir que te mande o doce.
Ele ria:
— Será explorar de mais a prima Joaninha. E eu (por quê?) recordei e atirei ao meu Príncipe estes dois versos duma balada cavalheiresca, composta em Coimbra pelo meu pobre amigo Procópio:
— Manda-lhe um servo querido,
Bem hajas dona formosa!
E que lhe entregue um anel
E com um anel uma rosa.
Jacinto riu alegremente:
— Zé Fernandes, seria excessivo, só por causa de meia dúzia de pêssegos, e dum boião de doce.
Assim ríamos, quando apareceu, à volta da estrada, o longo muro da quinta dos Velosos, e depois a capelinha de S. José de Sandofim. E imediatamente piquei para o largo, para a taberna do Torto, por causa daquele vinhinho branco, que