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Página:A cidade e as serras (1912).djvu/297

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A CIDADE E AS SERRAS

Contei Tormes, a serra, o seu primeiro amor pela Natureza, o seu outro grande amor por minha prima, e os dois filhos, que ele trazia escarranchados no pescoço.

— Ah que canalha ! — exclamou Marizac com os olhos espetados em mim. — É capaz de ser feliz!

— Espantosamente, loucamente... Qual! Não há advérbios...

— Indecentemente — murmurou Marizac muito sério. — Que canalha!

Eu então desejei saber do nosso rancho familiar do 202. Ele encolheu os ombros, acendendo a cigarrilha:

— Todo esse mundo circula...

— Madame de Oriol?

— Continua.

— Os Trèves ? o Efraim?

— Continuam, todos três.

Lançou um gesto lânguido.

— Durante cinco anos, em Paris, tudo continua... As mulheres com um pouco mais de pó de arroz, e a pele um pouco mais mole, e melada. Os homens com um tanto mais de dispepsia. E tudo segue. Tivemos os Anarquistas. A princesa de Carman abalou com um acrobata do Circo de Inverno... E — e voilà!

— Dornan?

— Continua... Não o encontrei mais desde o 202... Mas vejo às vezes o nome dele, no Boulevard, com versos preciosos, obscenidades muito apuradas, muito subtis.

— E o Psicólogo?... Ora, como se chamava ele?...

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