chamei o Grilo para me esfregar com terebintina... Uma seca!
Espalhava pela mesa um olhar já farto. Nenhum prato, por mais engenhoso, o seduzia ; — e, como através do seu tumulto matinal fumava incontáveis cigarrilhas que o ressequiam, começava por se encharcar com um imenso copo de água oxigenada, ou carbonatada, ou gasosa, misturada dum conhaque raro, muito caro, horrendamente adocicado, de moscatel de Siracusa. Depois, à pressa, sem gosto, com a ponta incerta do garfo, picava aqui e além uma lasca de fiambre, uma febra de lagosta; — e reclamava impacientemente o café, um café de Moca, mandado cada mês por um feitor do Dedjah, fervido à turca, muito espesso, que ele remexia com um pau de canela !
— E tu, Zé Fernandes, que vais tu fazer?
— Eu?
Recostado na cadeira, com delícias, os dedos metidos nas cavas do colete:
— Vou vadiar, regaladamente, como um cão natural !
O meu solícito amigo, remexendo o café com o pau de canela, rebuscava através da numerosa Civilização da Cidade uma ocupação que me encantasse. Mas apenas sugeria uma Exposição, ou uma Conferência, ou monumentos, ou passeios, logo encolhia os ombros desconsolado:
— Por fim nem vale a pena, é uma seca !
Acendia outra das cigarrilhas russas, onde rebrilhava o seu nome, impresso a ouro na mortalha. Torcendo, numa pressa nervosa, os fios do bigode, ainda escutava, à porta da Biblioteca,