os tornam perante o Mundo sacrossantos. Que diferença há, realmente, entre Paris e Chicago? São duas palpitantes e produtivas cidades—onde os palácios , as instituições , os parques, as riquezas, se equivalem soberbamente por que forma pois Paris um foco crepitante de Civilização que, irresistivelmente, fascina a Humanidade—e por que tem Chicago apenas sobre a terra o valor de um rude e formidável celeiro, onde se procura a farinha e o grão? Porque Paris, além dos palácios, das instituições e das riquezas de que Chicago também justamente se gloria, possui a mais um grupo especial de homens—Renan, Pasteur, Taine, Berthelot, Coppée, Bomat, Falguière, Gounod, Massenet—que, pela incessante produção do seu cérebro, convertem a banal cidade que habitam num centro de soberano ensino. Se as Origens do Cristianismo o Fausto, as telas de Bomat, os mármores de Falguière, nos viessem de além dos mares, da nova e monumental Chicago—para Chicago, e não para Paris, se voltariam, como as plantas para o Sol, os espíritos e os corações da Terra.
Se uma nação, portanto, só tem superioridade porque tem pensamento, todo aquele que venha revelar, na nossa pátria, um novo homem de original pensar, concorre patrioticamente para lhe aumentar a grandeza que a tornará respeitada, a única beleza que a tornará amada;—e é como quem aos seus templos juntasse mais um sacrário, ou sobre as suas muralhas erguesse mais um castelo.
Michelet escrevia um dia. numa carta, aludindo a Antero