de Quental:—«Se em Portugal restam quatro ou cinco homens como o autor das Odes Modernas, Portugal continua a ser um grande país vivo...» O mestre da História de França, com isto, significava—que enquanto viver pelo lado da Inteligência, mesmo que jaza morta pelo lado da Ação, a nossa pátria não é inteiramente um cadáver que sem escrúpulo se pise e se retalhe. Ora no Pensamento há manifestações diversas; e se nem todas irradiam o mesmo esplendor, todas provam a mesma vitalidade. Um livro de versos pode sublimemente mostrar que a alma de uma nação vive ainda pelo Gênio Poético: um conjunto de leis salvadoras, emanando de um espírito positivo, pode solidamente comprovar que um povo vive ainda pelo Gênio Político:—mas a revelação de um espírito, como o de Fradique, assegura que um país vive também pelos lados gíenos grandiosos, mas valiosos ainda, da graça, da vivaz invenção, da transcendente ironia , da fantasia, do humorismo e do gosto...
Nos tempos incertos e amargos que vão, Portugueses destes não podem ficar para sempre esquecidos, longe, sob a mudez de um mármore. Por isso eu o revelo aos meus concidadãos—como uma consolação e uma esperança.