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Página:A correspondencia de Fradique Mendes (1902).djvu/206

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do Ginásio, ou uma Mágica, satisfazem e de sobra essas outras necessidades de inteligência e de imaginação, que Humboldt encontrou mesmo entre os Botecudos. Nas funções do sentimento, Pinho só pretende modestamente (como revelou um dia ao meu primo) «não apanhar uma doença». Com as coisas públicas está sempre agradado, governe este ou governe aquele, contanto que a polícia mantenha a ordem, e que não se produzam nos princípios e nas ruas distúrbios nocivos ao pagamento do cupão. E enquanto ao destino ulterior da sua alma, Pinho (como ele a mim próprio me assegurou)—«só deseja depois de morto que o não enterrem vivo». Mesmo acerca dum ponto tão importante, como é para um comendador o seu mausoléu, Pinho pouco requer:—apenas uma pedra lisa e decente, com o seu nome, e um singelo orai por ele.

Erraríamos, porém, minha querida madrinha, em supor que Pinho seja alheio a tudo quanto seja humano Não! Estou certo que Pinho respeita e ama a Humanidade. Somente a Humanidade, para ele, tornou-se, no decurso da sua vida, excessivamente restrita. Homens, homens sérios, verdadeiramente merecedores desse nobre nome, e dignos de que por eles se mostre reverência, afeto, e se arrisque um passo que não canse muito—para Pinho só há os prestamistas do Estado. Assim, meu primo Procópio, com uma malícia bem inesperada num espiritualista, contou-lhe há tempos em confidência, arregalando os