do, com estalidos ásperos, as suas rígidas mãos de ferro fundido.
Bem o sinto, bem o compreendo o teu escandaloso traçado, oh filho dileto e fatal da Escola de Pontes e Calçadas! Nem necessitava esse plano com que me deslumbras, todo em linhas escarlates, parecendo golpes duma faca vil, por cima duma carne nobre. É em Jafa, na antiquíssima Jepo, já heroica e santa antes do dilúvio, que a tua primeira Estação com os alpendres, e a carvoeira, e as balanças, e a sineta, e o chefe do boné agaloado, se ergue entre esses laranjais, gabados pelo Evangelho, onde S. Pedro, correndo aos brados das mulheres, ressuscitou Dorcas, a boa tecedeira, e a ajudou a sair do seu sepulcro. Daí a locomotiva, com a sua 1.a classe forrada de chita, rola descaradamente pela planície de Saaron, tão amada do Céu, que, mesmo sob o bruto pisar das hordas filistinas, nunca nela murchavam anêmonas e rosas. Corta através de Beth-Dagon, e mistura o pó do seu carvão de Cardife, ao vetusto pó do Templo de Baal, que Sansão, mudo e repassado de tristeza, derrocou movendo os ombros. Corre por sobre Lida, e atroa com guinchos o grande S. Jorge, que ainda couraçado, emplumado, e o guante sobre a espada, ali dorme o seu sono terrestre. Toma água, por um tubo de couro, do Poço Santo donde a Virgem na fugida para o Egito, repousando sob o figueiral, deu de beber ao Menino. Para em Ramleh, que é a velha Arimateia (Arimateia quinze minutos de demora!),