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Página:A correspondencia de Fradique Mendes (1902).djvu/67

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Mas a hora chegara: abracei Fradique com singular emoção. A vela fora içada à brisa suave que arrepiava a folhagem das mimosas. À proa o arrais, espalmando as mãos para o Céu, clamou: —«Em nome de Alá que nos leve, clemente e misericordioso!» Ao redor, de outras barcas, vozes lentas murmuraram:—«Em nome de Alá que vos leve!» Um dos remadores, sentado à borda, feriu as cordas da dourbaka, outro tomou uma flauta de barro. E entre bênçãos e cantos a vasta barca fendeu as águas sagradas, levando para Tebas o meu incomparável amigo.


IV

Durante anos não tornei a encontrar Fradique Mendes, que concentrara as suas jornadas dentro da Europa Ocidental—enquanto eu errava pela América, pelas Antilhas, pelas repúblicas do golfo do México. E quando a minha vida enfim se aquietou num velho condado rural de Inglaterra, Fradique, retomado por essa bisbilhotice etnográfica» a que ele alude numa carta a Oliveira Martins, começava a sua longa viagem ao Brasil, aos Pampas, ao Chile e à Patagônia.

Mas o fio de simpatia, que nos unira no Cairo,