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Página:A escrava Isaura (1875).djvu/119

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de Deos no momento, em que aqui estou chegando. Eu já preveni tudo. Lá no fundo do quintal á beira do rio está amarrada uma canoa; é quanto nos basta. Tu sahirás primeiro e irás lá ter por dentro do quintal; eu sahirei por fora alguns instantes depois e lá nos encontraremos. Em menos de uma hora estaremos em Campos, onde nos espera um navio, de que é capitão um amigo meo, e que tem de seguir viagem para o norte nesta madrugada. Quando romper o dia, estaremos longe do algôz, que te persegue. Vamo-nos, Isaura; talvez por esse mundo encontremos alguma alma piedosa, que melhor do que eu te possa proteger.

— Vamo-nos, meo pae; que posso eu recear?... posso acaso ser mais desgraçada do que já sou?...

Isaura cosendo-se com a sombra do muro, que rodeava o pateo, abrio o portão, que dava para o quintal, e desappareceo. Momentos depois Miguel rodeando por fora os edificios costeava o quintal, e achava-se com ella á margem do rio.

A canoa vogando subtilmente bem junto á barranca, impellida pelo braço vigoroso de Miguel, em poucos minutos perdeo de vista a fazenda.