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Página:A escrava Isaura (1875).djvu/127

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— Por minha parte, — disse um dos cavalheiros, — pode ficar tranquillo, pois sempre tive horror ás moças mysteriosas.

— E eu, que não sou mais do que um simples mortal, tenho muito medo de fadas, — accrescentou o outro.

— E como é, — perguntou o Dr. Geraldo, — que vivendo ella assim arredada da sociedade, poude resolver-se a deixar a sua mysteriosa solidão, para vir a este baile tão publico e concorrido?...

— E quanto não me custou isso, meo amigo! — respondeo Alvaro. — Veio quasi violentada. Ha muito tempo, que procuro convencel-a por todos os modos, que uma senhora joven e formosa, como é ella, escondendo seos encantos na solidão, commette um crime, contrario ás vistas do creador, que formou a belleza para ser vista, admirada e adorada; pois sou o contrario desses amantes ciumentos e atrabiliarios, que desejarião ter suas amadas escondidas no amago da terra. Argumentos, instancias, supplicas, tudo foi perdido; pae e filha recusavão-se constantemente a aparecerem em publico, allegando mil diversos pretextos. Vali-me por fim de um ardil; fiz-lhes acreditar que aquelle modo de viver retrahido e sem contacto com a sociedade em um paiz, onde erão desconhecidos, já começava a dar que fallar ao publico e a attrahir suspeitas sobre elles, e que