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Página:A escrava Isaura (1875).djvu/16

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A ESCRAVA ISAURA

sua primitiva e selvatica rudeza; mas por perto, em torno da deliciosa vivenda, a mão do homem tinha convertido a bronca selva, que cobria o solo, em jardins e pomares deleitosos, em viçosos gramáes e pingues pastagens, sombreados aqui e acolá por gameleiras gigantescas, peróbas, cedros e copahybas, que attestavão o vigor da antiga floresta. Quasi não se via ahi muro, cerca, nem vallado; jardim, horta, pomar, pastagens, e plantios circumvisinhos erão divididos por viçosas e verdejantes sebes de bambús, piteiras, espinheiros e gravatás, que davão ao todo o aspecto do mais aprazivel e delicioso vergél.

A casa apresentava a frente ás collinas. Entrava-se nella por um lindo alpendre todo enredado de flores trepadeiras, ao qual subia-se por uma escada de cantaria de seis a sete degráos. Os fundos erão occupados por outros edificios accessorios, senzalas, pateos, curraes e celeiros, por trás dos quaes se estendia o jardim, a horta, e um immenso pomar, que ia perder-se na barranca do grande rio.

Era por uma linda e calmosa tarde de outubro. O sol não era ainda posto, e parecia boiar no horizonte suspenso sobre rolos de espuma de cores cambiantes orlados de fevras de ouro. A viração saturada de balsamicos effluvios se espreguiçava ao longo das ribanceiras accordando apenas frouxos rumores pela copa dos arvoredos, e