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Página:A escrava Isaura (1875).djvu/189

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gens que certos cavalheiros, tomados de enthusiasmo, havião francamente rendido á gentil desconhecida. Estavão humilhadas, mas tambem vingadas. Quanto ás que tinham esperanças ou pretensões ao amor de Alvaro, — e não erão poucas, — essas exultárão de jubilo ao saberem do caso, e o nobre mancebo tornou-se o alvo de mil desapiedados apodos e pilhérias.

— O que me diz do escravo da escrava? — dizião ellas — com que cara não ficaria o pobre homem!...

— Com a mesma. De certo vae forral-a e casar-se com ella. Aquillo é um maluco capaz de todas as asneiras.

— E que máo! Terá ao mesmo tempo mulher e talvez uma boa cosinheira.

Triste consolação! o estigma do captiveiro não podia apagar da bella fronte de Isaura, antes mais realçava o cunho de superioridade que o sopro divino nella havia gravado em caracteres indeleveis.

Entre os mancebos a impressão era bem differente. Poucos, bem poucos, deixávão de tomar vivo interesse e compaixão pela sorte da infeliz e formosa escrava. Por todos os cantos fallava-se e discutia-se com calor a respeito do caso. Alguns, a despeito da evidencia dos indicios e da confissão de Isaura, ainda duvidavão da verdade que tinham diante dos olhos.