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— Não; aquella mulher não pode ser uma escrava, — dizião elles, — aqui ha algum mysterio, que algum dia se desvendará.
— Qual mysterio? o caso é muito factivel, e ella mesma o confessou. Mas quem será esse bruto e desalmado fazendeiro, que conserva no captiveiro uma tão linda creatura?
— Deve ser algum lorpa de alma bem estupida e sordida.
— Se não fôr algum sultãosinho de bom gosto, que a quer para o seo serralho.
— Seja como fôr, esse bruto deve ser constrangido a dar-lhe a liberdade. Na senzala uma mulher que merecia sentar-se n’um throno!...
— Tambem só o infame do Martinho, com o seo satanico instincto de cobiça, poderia farejar uma escrava na pessoa daquelle anjo! que impudencia! se o visse agora aqui, era capaz de estrangulal-o!
Entretanto Martinho, que se havia previamente munido de um mandado de apprehensão, e se fazia acompanhar de um official de justiça, exigia terminantemente, que se lhe fizesse entrega de Isaura. Alvaro porém interpondo o valimento e prestigio de que gozava, oppôz-se decididamente a essa exigencia, e tomando por testemunhas as pessoas que ali se achavão, constituio-se fiador da escrava, compromettendo-se a entregal-a a seo senhor, ou a quem por ordem