Página:A escrava Isaura (1875).djvu/235

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minho, — matar o seo antagonista ou morrer-lhe ás mãos, — e cedendo a essas suggestões da cólera e do desespero, saltou da cadeira em que estava, agarrou Leoncio pela góla e sacudindo-o com força:

— Algôz! — bradou espumando de raiva, — ahi tens a tua escrava! Mas antes de leval-a, has-de responder pelos insultos que me tens dirigido, ouviste?... ou acaso pensas que eu tambem sou teo escravo?...

— Está louco, homem! — disse Leoncio amedrontado. — As leis do nosso paiz não permittem o duello.

— Que me importão as leis!... para o homem de brio a honra é superior ás leis, e se não és um covarde, como penso....

— Soccorro, que querem assassinar-me, — bradou Leoncio desembaraçando-se das mãos de Alvaro, e correndo para a porta.

— Infame! — rugio Alvaro, cruzando os braços e rangendo os dentes n’um sorrir de cólera e desdem...

No mesmo momento, attrahidos pelo barulho, entravam sa sala de um lado Isaura e Miguel, do outro o official de justiça e os guardas.

Isaura estava com o ouvido aguçado, e do interior da casa ouvira e comprehendera tudo.

Vio que tudo estava perdido, e correo a atalhar o desatino, que por amor della Alvaro ia commetter.