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Página:A escrava Isaura (1875).djvu/262

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o quer, sujeito-me humildemente ao meo destino. Arrancão-me da marmorra[1] — (continuou Isaura em seo pensamento), — para levarem-me ao supplicio.

— Muito bem, Isaura; mostras que és uma rapariga docil e de juizo. André, vae chamar aqui o senhor Belchior. Quero eu mesma ter o gosto de annunciar-lhe, que vae emfim realizar-se o seo sonho querido de tantos annos.

Creio que o senhor Miguel tambem não ficará mal satisfeito com o arranjo que damos a sua filha; sempre é alguma cousa sahir do captiveiro e casar-se com um homem branco e livre. Antes assim do que fugir, e andar foragida por esse mundo. Isaura, para prova de quanto desejo o teo bem, quero ser madrinha neste casamento, que vae pôr termo a teos soffrimentos, e restabelecer nesta casa a paz e o contentamento, que ha muito tempo della andavão arredados.

Ditas estas palavras, Malvina abrio um cofre de joias, que estava sobre uma mesa, e delle tirou um rico collar de ouro, que foi collocar no pescoço de Isaura.

— Acceita isto Isaura, — disse ella, — é o meo presente de noivado.

— Agradecida, minha boa senhora, — disse Isaura, e acrescentou em seo coração; — é a corda, que o carrasco vem lançar ao pescoço da victima.

  1. masmorra