Página:A escrava Isaura (1875).djvu/69

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— Quem quer que é, pode entrar, — gritou Leoncio dando graças ao céo, que tão a proposito mandava-lhe uma visita para interromper aquella importuna e detestavel questão e livral-o dos apuros, em que se via entalado.

Entretanto, como se verá, não tinha muito de que congratular-se. O visitante era Miguel, o antigo feitor da fazenda, o pae de Isaura, que havia sido outrora grosseiramente despedido pelo pae de Leoncio.

Este, que ainda o não conhecia, recebeo-o com affabilidade.

— Queira sentar-se, — disse-lhe, — e dizer-nos o motivo por que nos faz a honra de procurar.

— Obrigado! — disse o recemchegado, depois de cumprimentar respeitosamente Henrique e Malvina. — Vª. Sª. sem duvida é o senhor Leoncio?...

— Para o servir.

— Muito bem!... é com Vª. S.ª, que tenho de tratar na falta do senhor seo pae. O meo negocio é simples, e julgo que o posso declarar em presença aqui do senhor e da senhora, que me parecem ser pessoas de casa.

— Sem duvida! entre nós não há segredo, nem reservas.

— Eis aqui ao que vim, senhor meo, — disse Miguel, tirando da algibeira de seo largo sobre-