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Página:A escrava Isaura (1875).djvu/68

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salão para a alcova, percebe?... o escandalo cedo ou tarde seria notorio, e nenhum dever tenho eu de ver de braços cruzados minha irmã indignamente ultrajada.

— Senhor Henrique! bradou Leoncio avançando para elle, hirto de colera e com gesto ameaçador.

— Basta, senhores! — gritou Malvina interpondo-se aos dois mancebos. — Toda a disputa por tal motivo é inutil e vergonhosa para nós todos. Eu já disse a Leoncio o que tinha de dizer; elle que se decida; faça o que entender. Se quizer ser homem de brio e pundonor, ainda é tempo. Se não, deixe-me, que eu o entregarei ao desprezo, que merece.

— Oh! Malvina! estou prompto a fazer todo o possivel para te tranquillizar e contentar; mas deves saber que não posso satisfazer o teo desejo sem primeiro entender-me com meo pae, que está na côrte. É preciso mais que saibas, que meo pae nenhuma vontade tem de libertar Isaura, tanto assim, que para se ver livre das importunações do pae della, que tambem quer a todo custo libertal-a; exigio uma somma por tal forma exorbitante, que é quase impossivel o pobre homem arranjal-a.

— Ó de casa!... dá licença? — bradou neste momento com voz forte e sonora uma pessoa, que vinha subindo a escada do alpendre.