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Página:A escrava Isaura (1875).djvu/74

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contrariado, quando este se apresentou para lh’a metter nas mãos.

— Dez contos, — disse por fim Leoncio acabando de contar o dinheiro. — E’ justamente a somma exigida por meo pae. — Bem estólido e avaro é este meo pae, murmurou elle comsigo, — eu nem por cem contos a daria. — Senhor Miguel, — continuou em voz alta, entregando-lhe a carteira, — guarde por ora o seo dinheiro; Isaura não me pertence ainda; só meo pae póde dispor della. Meo pae acha-se na côrte, e não deixou-me autorisação alguma para tratar de semelhante negocio. Arranje-se com elle.

— Mas Vª. Sª. é seo filho e herdeiro unico, e bem podia por si mesmo...

— Alto lá, senhor Miguel! meo pae felizmente é vivo ainda, e não me é permitido desde já dispor de seos bens, como minha herança.

— Embora, senhor; tenha a bondade de guardar esse dinheiro e envial-o ao senhor seo pae, rogando-lhe da minha parte o favor de cumprir a promessa, que me fez de dar liberdade a Isaura mediante essa quantia.

— Ainda pões duvida, Leoncio?! — exclamou Malvina impaciente e indignada com as tergiversações do marido. — Escreve, escreve quanto antes a teo pae; não te podes esquivar sem desonra a cooperar para a liberdade dessa rapariga.