Saltar para o conteúdo

Página:A escrava Isaura (1875).djvu/82

Wikisource, a biblioteca livre

Deos te perdoe. Agora com Isaura e sinhô Leoncio a cousa vai tomando o mesmo rumo. Juliana era uma mulata bonita e sacudida; era da cor desta Rosa, mas inda mais bonita e mais bem feita....

Rosa deo um muchocho, e fêz um momo desdenhoso.

— Mas isso mesmo foi a perdição dela, coitada! — continuou a creoula velha. — O ponto foi sinhô velho gostar della... eu já contei a vocês o que é que aconteceo. Juliana era uma rapariga de brio, e por isso teve de penar, até morrer. Nesse tempo o feitor era esse siô Miguel, que anda ahi, e que é pai de Isaura. Isso é que era feitor bom!.. todo mundo queria elle bem, e tudo andava direito. Mas esse siô Francisco, que ahi anda agora, cruz nelle!.. é a peor peste que tem botado os pés nesta casa. Mas, como ia dizendo, o siô Miguel gostava muito de Juliana, e trabalhou, trabalhou até ajuntar dinheiro para forrar ella. Mas nhonhô não esteve por isso, ficou muito zangado, e tocou o feitor para fora.

Também Juliana pouco durou; perahy e serviço deo co’ela na cova em pouco tempo. Ficou ahi a pobre menina ainda de mama, e se não fosse sinhá velha, que era uma santa mulher, Deos sabe o que seria della!... também, coitada!... antes Deos a tivesse levado!...

— Por que, tia Joaquina?...