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Página:A escrava Isaura (1875).djvu/97

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captiva. As difficuldades erão grandes, e constituião um nó, que poderia ser cortado, mas nunca desatado. Leoncio havia reconhecido a promessa que seo pae fizéra a Miguel, de alforriar Isaura mediante a soma enorme de dez contos de réis. Miguel tinha pronta essa quantia, e lh’a tinha vindo meter nas mãos, reclamando a liberdade de sua filha. Leoncio reconhecia tambem, e nem podia contestar, que sempre fôra voto de sua fallecida mãe deixar livre Isaura por sua morte. Por outro lado Malvina, sabedora de sua paixão e de seos sinistros intentos sobre a captiva, justamente irritada, exigia com imperio a immediata alforria da mesma. Não restava ao mancebo meio algum de se tirar decentemente de tantas difficuldades senão libertando Isaura. Mas Leoncio não podia se conformar com semelhante idéa. O violento e cego amor, que Isaura lhe havia inspirado, o incitava a saltar por cima de todos os obstaculos, a arrostar todas as leis do decoro e da honestidade, a esmagar sem piedade o coração de sua meiga e carinhosa esposa, para obter a satisfação de seos freneticos desejos. Resolveo pois cortar o nó, usando de sua prepotencia, e protelando indefinidamente o cumprimento de seo dever, assentou de afrontar com cynica indifferença e brutal sobranceria as justas exigencias e exprobrações de Malvina.

Quando esta, depois de deixar passar alguns