mente flcres, a ser de novo o namorado! Quando estava nêsse ridículo, pensava: — «Ela deve ficar agradecida. O meu romantismo sobrepujará o estúpido tenor!» Ela continuava de gêlo. Da sua permanente impassibilidade nasceu a pouco e pouco a minha irritação. Comecei a encarar o tenor com insolência, a rir da sua Voz... O tenor pareceu ter mêdo. Fiquei mais insolente e resolvi ir à caixa. Note Você que não era paixão. Era despeito só talvez...
— Compreendo.
— Não ria. Despeito ou paixão, o certo é que eu ameaçava explodir. E na minha terra não haveria autoridades que obstassem uma campanha desagradável ao pobre tenor e àquela impertinente mulherzinha ... Pois estava eu assim uma noite e entrava na caixa durante o intervalo, quando vi o tenor desaparecer no camarim e a Etelvina Vir a miin com a maior calma: — «Boa noite, Gastão!» Senti-me desarticulado: —«Afinal, falou-me, grande ingrata !» — «Ó homem, não falava porque você não me cumprimentava. Os cavalheiros saúdam sempre primeiro... Depois, julguei que tivesse o pouco senso de não me ter dado razão no nosso rompimento ... — «Não houve rompimento da minha parte.» — «Ainda bem. Foi uma terminação só ...»
Depois, sem transição, levou-me naturalmente pelo fundo do palco, o braço enfiado no meu. E baixo, amigável, carinhosamente:—«Fez você bem em vir cá ao palco- Tenho de lhe falar. É aliás um pedido. Gastão, que brincadeira é essa ? Porque me persegue Você?» —«Eu?» — «Como criançada, creio, já basta! Como cavalheiro, o Gastão nunca teria repetido tal pilhéria, se pensasse no que faz!» — «Ora!» — «Antes, bem. Mas agora, depois de um bom momento que passou e não poderá jámais voltar!...»— «Porquê?» — «Gastão, para que frases inúteis? O -encanto rompeu-se. Sabe bem. Nem eu nem você poderíamos