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Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/117

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Era regina.

Sulcando as ondas ao som de uma de suas canções favoritas, por acaso dirigira para ali a proa de sua piroga e, saltando à praia, avistou o jovem que dormia, ou antes que se agitava e gemia nas ânsias de um sonho atribulado. Contemplou-o por instantes: era a primeira vez que pousava olhos complacentes sobre a figura de um homem.

Era Ricardo, um jovem de formosura e galhardia sem par, na flor da adolescência, ligeiro buço mal lhe ensombrava o lábio superior, e ao ver-lhe o busto tomá-lo-eis pela mais formosa filha dos pescadores daquelas paragens, se não fora um que de másculo e resoluto que lhe ressumbrava de toda a fisionomia, e nele revelava o homem e homem de vigorosa têmpera.