povo espontaneamente festejou esse propício acontecimento.
Entretanto, a gentil donzela não tinha mau coração; ao contrário era afável, benfazeja e carinhosa para com todos que não lhe declarassem amor. Se bem que pouca convivência entretivesse com os demais moradores do lugar, não deveria incorrer no desagrado senão de alguma invejosa rival, a quem sem querer tivesse transviado o amante, ou de algum cego adorador que ainda não se tivesse matado ou morrido por amor dela. Seu único, seu grande defeito era esse condão da maravilhosa beleza, esse mágico e fascinador poder do olhar e do gesto, com que sem ela o querer e mesmo sem o saber, derramava em torno de si a inquietação, a angústia, o luto.
Mas assim não o pensava o povo, que a tinha em conta não de criatura humana, mas de espírito satânico encarnado em corpo de fada, entidade malfazeja, produto talvez de monstruosa união de algum homem com a sereia, e atirada sobre aquela terra pela cólera divina para castigo talvez de algum grande pecado daquele povo. Portanto não auguravam bem daquele casamento, e já de antemão lastimavam a sorte do mal-aventurado forasteiro.
Uma vez, porém, que por intermédio dele iam