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Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/131

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ondas amigas que me serviram de berço…! Juro por este punhal ensanguentado, com que lhe vararam o coração, e que nele deixaram ficar para ser seu vingador…! Sim, punhal vingador, não sairás de meu seio, enquanto aqui mesmo sobre esta sepultura não te embeberes nos pérfidos corações dos três assassinos! Como esse mísero que aqui jaz, eles também um dia serão precipitados do cume do mais delicioso sonho de amor no abismo dos eternos sofrimentos. Juro, juro, juro três vezes…!

Proferido esse tremendo juramento, Regina, com mão frenética e convulsa, agitou o punhal sobre a cabeça e, pálida e fremente como uma eumênide, entranhou-se a passos precipitados pelas penedias esparsas, e desapareceu no interior da ilha.

No dia seguinte ao do casamento, em vão se procurou Regina e seu esposo. A cabana com as portas e janelas abertas estava completamente deserta. O batel da donzela também desaparecera da praia. O que foi feito dos dois desposados da véspera…?

Confirmou-se de uma vez a crença em que todos estavam de que Regina era uma sereia maligna, uma fada bafejada de espírito diabólico, que depois de ter feito todo o mal que pudera, se apoderara enfim daquele último e desventurado