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Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/144

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e na expressão sombria e carregada da fisionomia um não sei quê de sinistro, que inspirava repulsão; parecia que traziam gravado sobre as frontes o indelével estigma de um nefando crime.

Eram os três jovens fidalgos espanhóis, que de há muito conhecemos. Longo tempo ninguém soubera deles, se eram vivos ou mortos, nem em que lugar se haviam refugiado. Enfim alguns anos depois do desaparecimento de Regina com o seu desposado, tornaram a aparecer na aldeia, continuando como dantes sua vida de pescadores.

Sua volta era muito explicável aos olhos daquela boa gente. Haviam-se retirado por despeito amoroso; os três sucessivamente tinham sentido pela filha do mar uma profunda e ardente paixão e, não tendo esperança alguma de serem correspondidos, mais sensatos e resignados que os demais amantes, haviam-se retirado procurando na ausência o remédio e esquecimento de seus desventurados amores. Agora que já ali não existia a causa de seus sofrimentos, voltavam a seus trabalhos com ânimo isento e coração desafrontado.

Enganavam-se completamente: era uma sina fatal que para ali os arrastava. Havia um ímã secreto, que os atraía para aquele vórtice, onde começaram, e onde deviam terminar seus infortúnios. Retirados na mais profunda solidão a paixão negra e devastadora que Regina lhes havia inspirado