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Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/196

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Um suspiro mal disfarçado e um rubor extraordinário, que incendeu-lhe as faces, serviu de remate a esta frase interrompida.

— Já sei — acudiu Ricardo julgando adivinhar o que o pudor tinha suprimido para uma reticência. — Já sei, sentiste sempre essa repugnância antes de conhecer o ente afortunado a quem deste a mão…

— Oh! Por piedade! — interrompeu a moça fitando em Ricardo um olhar repassado de paixão, pejo e angústia. — Não fademos desse desgraçado esposo de algumas horas. Amava-o tanto como amava a teus irmãos.

— Que estais dizendo, senhora…? Por que então o desposaste?

— Ah! Para que afligir-me com perguntas que me fazem sangrar o coração de dor e de remorso?

— Perdão, senhora — replicou o mancebo com algum enfado. — Estava longe de pensar que a estava afligindo. Visto que nada pode revelar-me, não quero mais importuná-la com minhas perguntas; deixo-a em par em seu retiro, e volto pelo mesmo caminho por onde vim.

— Não, não irás ainda — retorquiu Regina reassumindo a calma e a presença de espírito, que pouco e pouco foi deslizando para um tom de meiga e cordial familiaridade. És neste mundo a única