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Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/204

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a respeito desta ilha, e de uma fada ou sereia que diziam nela habitar, vieram ainda mais escaldar-me a fantasia nos sonhos de minha infância.

“Então não me julguei mais anjo caído do céu; essa ilha revelava-me claramente o segredo de minha origem; eu devia ser filha de alguma sereia ou de alguma fada, que por um desastre qualquer me teria desgarrado sendo rejeitada sobre as praias da terra, onde estava condenada a passar a vida em eterno e mísero exílio.

“Esse pensamento me repassava de mágoa e melancolia. Nesta ilha existiam por certo os palácios e jardins encantados em que eu havia nascido; a fada de que falavam era por certo minha mãe, e eu passava horas esquecidas a contemplar de longe em êxtase de saudade e adoração estes cachopos, que ao longe campeavam entre um círculo de espuma como que me chamando ao seu seio. Apoderou-se de mim o mais vivo desejo de aqui vir um dia, desejo que em breve converteu-se em resolução fatal e inabalável. Morreria de desgosto se não conseguisse pôr pé nesta ilha, que de longe e sem conhecê-la amava como o regaço de uma mãe querida. Eu, porém, a ninguém comunicava meus pensamentos e projetos e excogitava em segredo e sem cessar os meios de realizá-los.

“Vendo-me enfim já bastante crescida e vigorosa, lembrei-me de pedir um barco à tia Felisbina, que