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Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/214

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mudava e Deus sabe que de angústias e remorsos lhe laceravam o coração.

Ricardo sentia o coração banhar-se-lhe em eflúvios das mais deliciosas emoções; mas a lembrança do casamento de Regina vinha por vezes atravessar-lhe a mente, nela suscitando cruéis dúvidas e apreensões sobre a sinceridade da donzela. Sem ousar mais interrogá-la, esperava com impaciência que, chegando a esse ponto de sua vida, desse explicações que o tranquilizassem. Regina, que bem compreendia o seu embaraço, continuou:

“Desde o momento em que vi esse mancebo, caiu-me das mãos o condão que me mantinha na esfera ideal de minhas orgulhosas ilusões, e reconheci que em meu coração existia uma corda que me prendia a essa terra, que eu tanto detestava, e me confundia com o resto dos mortais.

“Encerrei-me longo tempo na solidão de minha ilha com o espírito em horrível perplexidade e entregue ao embate de mil pensamentos tumultuosos. Estremecia ao pensar que esse moço provavelmente teria em breve a mesma sorte de tantos outros, que por meu amor tinham terminado seus dias do modo o mais deplorável, e não podia conformar-me com a ideia de ver sacrificada mais essa vítima nas aras de minha isenção. Isenção…! Que digo…! Ai de mim! Nem essa mesmo