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Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/213

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e profunda impressão que sobre mim havia produzido. Olhei por vezes para trás e percebi que o lindo mancebo conservava os olhos fitos sobre mim, imóvel e de braços cruzados.”

Regina fez uma pausa e fitou um olhar cheio de meiguice no rosto de Ricardo, que também a contemplava em um enlevo de amor, de assombro e de surpresa. Não podia duvidar que esse mancebo adormecido, esse ente privilegiado, que primeiro havia despertado a chama do amor no seio de Regina, era ele, ele Ricardo, que ali estava junto dela em sua ilha inacessível e solitária, com as mãos dela enlaçadas nas suas, bebendo-lhe os olhares fascinadores, aspirando-lhe o hálito balsâmico, e ouvindo de seus lábios rubros incendidos de pejo e amor duas palavras, que lhe abriam um céu de esperanças e delícias inefáveis.

Mísero moço…! Nesse momento de fatal ebriedade da alma e dos sentidos nem ao menos se lembrava de seus irmãos, de seus irmãos cujos corpos ensanguentados jaziam ali bem perto traspassados pelo punhal dessa mesma mulher, que agora com as mais sedutoras frases e olhares apaixonados o convidava ao gozo da suprema felicidade.

Mas não amaldiçoemos também a pobre fada. Tinha-se quebrado o encanto, seu destino se