— Opressa de tristeza e desalento encerrei-me na mais absoluta solidão. Fugia de todos com medo de que meus olhos arrastassem ao túmulo mais algumas vítimas, e desejaria sumir-me no âmago da terra, ou nas profundezas do oceano. Se minha existência devia ser funesta até mesmo àqueles a quem eu amava, eu devia impor-lhe um termo por minhas próprias mãos, ou sequestrar-me inteiramente do seio da humanidade em voluntário e perpétuo exílio. Entretanto, uma cruel inquietação, uma aspiração desconhecida, uma esperança vaga me atribulava o espírito e me tornava insuportável a solidão, que tão grata me era outrora. Depois que uma vez havia amado, meu coração como que tinha sede de expansão, e o isolamento era para mim um flagelo. Era minha única distração soltar meu barco à toa por esses
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Aspeto