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Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/227

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— Não sei quanto tempo durou o meu delíquio. Quando voltei a mim, vencendo o extraordinário pavor que ainda me dominava, fui-me arrastando a custo para os rochedos; não levei muito tempo a encontrar o cadáver de meu marido nadando em sangue e cosido a punhaladas. Poderás acaso fazer ideia do estado em que ficou minha alma diante desse horrível espetáculo…?! Não, não é possível! Livre-te Deus de passar por tão angustioso transe…!

Aqui Regina calou-se; levantou-se pálida, hirta, convulsa. Sua formosura até ali tão meiga e insinuante tomara de súbito um aspecto sinistro e formidável; voltara-lhe aos olhos aquele lampejo altivo e fulminante, que esmagava seus adoradores, aniquilando de um golpe todas as suas esperanças, agora, porém, torvo e feroz como nunca.