Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/246

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Mas nem por isso devemos deixar de nos congratular por ter escapado ao punhal da rancorosa fada esse lindo e interessante jovem, cujo nobre, terno e generoso coração não merecia por certo ser atravessado pela fria lâmina de uma faca vibrada pela mão de um ente idolatrado.

Foi muito vantajoso esse perjúrio, até porque se não fosse ele, eu me veria forçado a terminar aqui esta história do modo o mais deplorável, ou havia de continuá-la só com Regina, o que me colocaria em sérios embaraços e dificuldades.

Eis aqui, pois, sãos e salvos esses dois amantes tão dignos um do outro! Ambos na flor da juventude e dotados pela natureza de prodigiosa formosura e incomparáveis prendas, ambos náufragos e oprimidos pelo destino, e perjuros ambos!

Ei-los aqui felizes nos braços um do outro, colhendo em um longo e delicioso beijo as primícias de um amor sem fim!

E eu também me daria por feliz se pudesse aqui pôr termo a esta estupenda e maravilhosa história com tão risonho e próspero desfecho, coroando seu puro e ardente amor com as palmas do himênio, e, encerrando-os no tranquilo e aprazível recinto de sua misteriosa ilha, deixá-los gozar da beatitude do amor por séculos sem fim.

Mas não pode ser assim, primeiramente porque na bronca e inacessível ilha não podia ir