Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/263

Wikisource, a biblioteca livre

— Regina! — Ricardo! — exclamaram a um tempo, ébrios de amor e de alegria, estreitando-se nos braços um do outro.

Súbito um escarcéu medonho, uma verdadeira montanha de água despenhou-se sobre a ilha. Formidável estrondo, como de um mundo que desaba, se propagou ao longe abalando mares e terras…!

Um vórtice imenso abriu-se no lugar da ilha, gorgolando espantosamente como se a terra, ardendo em sede, sorvesse a longos tragos o oceano…!

Quando veio a outra onda, não encontrou mais a ilha maldita.

No outro dia o mar estava sereno, e a manhã esplêndida e formosa. Os pescadores dispersos pela praia procuravam, em vão, com os olhos a ilha encantada ou algum barco que de lá viesse velejando.

O mar se desdobrava azul e sereno ondulando suavemente por sobre aquelas paragens, ainda ontem rodeadas de eternos escarcéus.

A ilha se tinha submergido com todos os seus fantasmas, encantos e maldições.

Entretanto, contam os pescadores que essa ilha ainda hoje aparece de vez em quando em noites de luar, rodeada de todos os seus prestígios, terrores e encantamentos.