Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/274

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procura apoderar-se dos tesouros da desditosa fada.

E cada golpe de alavanca, ou de almocafre, que retine pelos algares da montanha, ecoa doloroso em seu coração, e lhe arranca gemidos profundos, e pesarosos lamentos.

Assim nesse viver inquieto e atribulado ela expia sua fatal fraqueza, esperando a época, em que segundo as promessas de Tupã lhe será restituída a posse pacifica de seus maravilhosos palácios e de seus inesgotáveis tesouros.

— Espera, disse-lhe Tupã, a época em que os homens ocupados somente em lavrar a terra para dela tirar os frutos necessários à vida não ponham mais olhos cobiçosos em teus tesouros, e em que a virtude, a paz e a inocência voltem a habitar entre os mortais. Enquanto não chegam esses tempos, expiarás, ó filha rebelde e ingrata, os enormes crimes, que por tua leviandade os filhos do homem devorados pela sede do ouro, que imprudentemente ateaste em seu coração, vão perpetrar sobre a terra, ensopando-a de lágrimas e sangue.