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Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/273

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pela face da criação seus deslumbrantes tesouros, foi forçada a escondê-los com avara solicitude aos olhos cobiçosos dos mortais.

Irradia pelo recosto das montanhas alterosas, pálido e macilento fantasma, sem gruta, sem palácios, sem jardins, a ninfa vagueia de país em país, de montanha em montanha, procurando todos os meios de sonegar à cobiça dos homens o luzente metal e as preciosidades que Tupã confiava à sua guarda. Mas em vão! por toda a parte a persegue a avidez insociável dos mortais; por toda a parte quebra e viola os secretos e profundos cofres, em que procura aferrolhar esses tesouros, que os homens antepunham aos frutos da terra, e às bênçãos do céu, e a que rendiam cultos maiores do que ao próprio Tupã; porque tudo com eles se comprava, — os prazeres, a abundância, o amor; — tudo a eles se sacrificava, — a virtude, e a lealdade, a honra, e o pudor.

Em vão os esconde nos píncaros vulcânicos das mais altas serras, ou os enterra em abismos vizinhos ao Averno; em vão os envolve em camadas e camadas do mais rijo granito, ou os sepulta no leito dos rios profundíssimos. Em vão! a sede insaciável dos humanos, armada de indústria e audácia, lacera o flanco das montanhas, perfura o âmago da terra, desloca o álveo dos rios, despedaça e pulveriza o duro granito, e por toda a parte