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Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/66

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Disseste a pura e cruel verdade. Chegou a minha vez de ser sacrificado…! Estou louco de amores por essa fatal beleza, o que quer dizer: estou para sempre e irremediavelmente desgraçado…!

— Desgraçado…! Não digas tal…! Desgraçado por quê? Tu deliras, meu pobre irmão; isso não passa de uma fraqueza momentânea, um alucinação passageira, que em breve se dissipará…

— Não, meu irmão; provera a Deus, que assim o fosse…! É uma paixão profunda, ardente, inextinguível como todas, que essa mulher fatal costuma inspirar. Tu bem sabes que amar essa mulher é presságio infalível de desgraça e perdição; não ignoras a miseranda sorte de todos aqueles que têm tido a desventura de apaixonar-se por ela.

— Nesse caso, se essa paixão é inextinguível, se não podes bani-la de teu coração, trata de satisfazê-la. Uma vez satisfeita, ela se extinguirá por si mesma em vez de extinguir-te a ti, que nos és tão necessário para levarmos avante os planos que nosso pai nos traçou…

— Falas em satisfazê-la…?! Acaso não sabes quem é Regina… ?! Esse coração duro e inacessível como os rochedos da ilha maldita…! Não sabes quantas vítimas têm sido imoladas à sua bárbara indiferença…?