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Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/77

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Eu sou pérola das vagas,
Que não sei, nem quero amar;
O meu peito é como a rocha,
Onde em vão esbarra o mar.
   Mancebo, vai noutra parte
   Teus amores suspirar.

Do que existe sobre a terra,
Nada me pode encantar;
Só amo a Deus nas alturas,
E a liberdade no mar.
   Mancebo, vai noutra parte
   Teus amores suspirar.

E a voz da sereia, ondulando em puras e suaves modulações, enchia o espaço de indefinível encanto; as ondas pareciam bolear-se mais mansas, e as brisas como que amainavam seu sopro para não dispersarem os acentos de tão maviosa e enlevadora canção.

Rodrigo, deixando escapar o remo das mãos, escutava absorto os acentos desse inefável e estranho cantar, do qual cada nota lhe varava o coração como uma lâmina envenenada. Ao passo que o encanto dessa voz tão pura e suave parecia querê-lo arrebatar ao céu, as cruéis palavras que cantava lhe vertiam na alma todas as torturas do inferno. Nas asas de ouro da mais encantadora