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Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/85

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recobrando os sentidos com um meigo sorriso, o apertava nos braços e, entre carícias e beijos, lhe protestava eterno amor. Acordava, e caía precípite do ápice do mais delicioso sonho aos abismos da mais cruel realidade, como os anjos rebeldes fulminados pela cólera de Deus outrora haviam caído de chofre dos esplendores do empíreo no reino da dor e da escuridão eterna.

Apenas os primeiros clarões da nascente aurora penetraram pelas fendas de sua habitação, Rodrigo saiu para a praia e começou a percorrê-la. Esperava deparar com o cadáver de Regina arrojado à praia, ou pelo menos os destroços de seu batel boiando sobre os mares. Nem uma, nem outra coisa avistou. A manhã estava esplêndida e serena; o mar bonançoso arfava em lânguidos balanços pelas alvas areias do litoral, e ao longe no horizonte luminoso surdia de entre um anel de brilhantes espumas a massa escura da ilha malsinada, como ametista encravada entre folhados de prata.

Rodrigo esteve por longo tempo a pairar as vistas inquietas já pelos longos areais da praia, já pelas solitárias e infindas planícies do oceano, sem avistar coisa alguma que pusesse termo a suas incertezas e ansiedades. Enfim divisou uma branca velinha, que mal bruxuleava no horizonte e que, fronteando com a ilha maldita,