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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES
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moinho, passa a estrada de Santa Maria de Craquêde. São os tumulos dos seus antepassados... Passeio que eu tambem ás vezes faço, e com gosto. Ainda ha um mez visitamos detidamente as ruinas. E acredite que fiquei impressionado! Aquelle bocado de claustro tão antigo, os grandes esquifes de pedra, a espada chumbada á abobada por cima do tumulo do meio... É de commover! E achei muito bonito, muito filial, da parte de V. Ex. a, o ter sempre aquela lampada de bronze accêsa de noite e de dia...

Gonçalo engrolou um murmurio risonho — porque não se recordava da espada, nunca recommendára a lampada. Mas Sanches Lucena, agora, supplicava um precioso favor ao snr. Gonçalo Mendes Ramires. E era que S. Ex. alhe concedesse a honra de o conduzir na carruagem á Torre... Alvoroçadamente Gonçalo recusou. Nem podia! combinára com o homem da perna dorida esperar alli, na Bica, pela sua egoa.

— Mas fica aqui o meu trintanario, que leva a egoa de V. Ex. aá Torre.

— Não, não, se V. Ex. ame permitte, eu espero... Depois metto pelo atalho da Crassa, porque tenho ás oito horas na Torre, á minha espera para jantar, o Titó.

D. Anna, do meio da estrada, apressou logo o marido sacudidamente, com a ameaça renovada da