Página:A illustre Casa de Ramires (1900).djvu/155

Wikisource, a biblioteca livre
A ILUSTRE CASA DE RAMIRES
147

o Barrôlo?... Que andavas com idéas de abalar para a Africa?

Ao espanto de João Gouveia quasi se misturou terror. Para a Africa?... O quê? Com um emprego para a Africa?...

— Não! plantar côcos! plantar cacau! plantar café! exclamava o Barrôlo, com divertidas palmadas na côxa.

Pois Titó approvava a idéa! Tambem elle, se arranjasse um capital, dez ou quinze contos, tentava a Africa, a traficar com o preto... E tambem se fôsse mais pequeno, mais secco. Que homens do seu corpanzil, necessitando muita comezaina e muita vinhaça, não aguentam a Africa, rebentam!

— O Gonçalo sim! É chupado, é rijo; não carrega na agua-ardente; está na conta para Africanista... E sempre te digo! Carreira bem mais decente que essa outra por que tens mania, de deputado! Para que? Para palmilhar na Arcada, para bajular Conselheiros.

Barrôlo concordou, com alarido. Tambem não comprehendia a teima de Gonçalo em ser deputado! Que massada! Eram logo as intrigas, e as desandas nos jornaes, e os enxovalhos. E sobretudo aturar os eleitores.

— Eu, nem que me nomeassem depois Governador Civil, com um titulo e uma gran-cruz a tiracollo, como o Freixomil!