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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES
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O outro recuou, quasi aterrado:

— Ao Cavalleiro?! É ao Cavalleiro que vens fallar?!... Santissima Virgem! Então desabou Troia!

Gonçalo gracejou, corando. Não! não se passára desgraça epica como a de Troia... De resto podia revelar ao amigo Mendonça o caso que o arrastava á presença augusta de Sua Exc. ao Snr. Governador Civil. Era um homem dos Bravaes, um Casco, que, furioso por não conseguir o arrendamento da Torre, o ameaçára, rondava agora a estrada de Villa-Clara de noite, á espreita, com uma espingarda. E elle, não ousando «fazer alta e boa justiça» pelas mãos dos seus creados, como os Ramires feudaes — reclamava modestamente da Auctoridade Superior uma ordem para que o Gouveia mantivesse dentro da legalidade e dos Mandamentos de Deus o façanhudo dos Bravaes...

— Só isto, uma pequenina questão de paz publica... E então o grande homem está lá em cima? Bem, até logo, Zézinho... A prima, de saude? Eu naturalmente janto nos Cunhaes. Apparece!

Mas o capitão não despegava do degrau de pedra, abrindo pachorrentamente a cigarreira de couro:

— E que me dizes tu á novidade? O pobre Sanches Lucena?...

Sim, Gonçalo soubera na Assembleia. Um ataque, hein? — Mendonça accendeu, chupou o cigarro: