todo no fresco e soffrego cuidado da sua Eleição, só receava que Gracinha, por embaraço ou cautella, acolhesse seccamente o Cavalleiro, o esfriasse no seu renovado fervor pela casa de Ramires, no seu patrocinato Politico. E insistiu, gracejando:
— Ouviste, Gracinha? Um vestido branco. Um vestidinho alegre, que sorria aos hospedes...
Ella murmurou, mergulhada no seu Almanach:
— Sim, realmente, com este calor...
Mas Barrôlo bateu uma palmada na côxa. Que pena! que pena não ter em Oliveira, «para o brinde de reconciliação», um famoso vinho do Porto, da garrafeira da Mamã, preciosissimo, velhissimo, do tempo de D. João II...
— D. João II? rosnou Gonçalo. Está estragado!
Barrôlo hesitou:
— D. João II ou D. João VI... Um d’esses Reis. Emfim um vinho unico, do seculo passado! Só restam á mamã oito ou dez garrafas... E hoje, era dia para uma, hein?
O Fidalgo deu um sorvo lento ao café:
— O André, antigamente, tambem gostava muito d’ovos queimados...
Bruscamente Gracinha fechou o Almanach — e, com uma fuga e um silencio que emmudeceram Gonçalo, sacudiu do collo o gato dorminhoco, atravessou