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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES
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— Ah! e a Rainha?...

— Oh, sempre encantadora...

A Snr. aCondessa de Chellas, essa, um pouco magra. Mas tão amavel, tão intelligente, tão verdadeiramente grande dame — não é verdade? E, como se inclinára para Gracinha, com uma doçura infinita no simples mover da cabeça — ella, perturbada, mais vermelha, balbuciou que não conhecia a Condessa de Chellas... — D. Maria Mendonça accusou logo a inercia dos primos Barrôlos, sempre encafurnados nos Cunhaes, sem nunca se aventurarem a Lisboa no inverno, para conviver, para conhecer os parentes...

— E a culpa é do primo José, que detesta Lisboa...

Oh não! Barrôlo não detestava Lisboa! Se podesse acarretar para Lisboa as suas commodidades, o seu quarto, a sua cocheira, a boa agua do pomar, a rica varanda sobre o jardim — até se regalava!

— Mas entalado n’aquelles quartinhos do Bragança... E depois a má comida, o barulho... A Gracinha em Lisboa nunca dorme... E a massada das manhãs?... Não ha nada que fazer em Lisboa, de manhã!

O Cavalleiro sorria para o Barrôlo, como enlevado